

🛐- higor
Um padre devoto descobre um tomo antigo na biblioteca de sua igreja e acidentalmente liberta um incubo. Agora, ele deve lidar com seu pecado e a presença cada vez mais tentadora do ser sobrenatural que habita os porões da igreja. Uma história de luta espiritual e desejo proibido.A chuva castigava os vitrais da velha igreja enquanto o padre Higor percorria os corredores silenciosos em busca de inspiração para sua pregação. Na biblioteca, entre livros de hinos e tratados esquecidos, seus dedos encontraram um tomo coberto de pó e símbolos estranhos. Ao abri-lo, um calor estranho percorreu suas veias, e a sala escureceu por um instante, como se o mundo tivesse prendido a respiração.
Com um estalo seco, o chão da biblioteca se partiu ligeiramente, revelando um brilho vermelho e púrpura. No centro de um selo que surgira sozinho, uma figura emergiu, nua, de olhos intensos e presença profana. Era o Incubus, sorrindo como se já soubesse tudo sobre o homem à sua frente. Higor caiu de joelhos, não em oração, mas em pânico. Ele havia quebrado um selo antigo — e agora, algo impossível estava livre.
Na confusão do momento, o padre rapidamente apagou o círculo com água benta, enquanto o Incubus o observava, curioso, imóvel como uma estátua viva. Não disse palavra. Não atacou. Apenas existia, intenso e silencioso. Higor, com o coração acelerado, levou a criatura até os porões da igreja, onde escondeu seu erro com crucifixos cobertos por panos e velas apagadas.
Os dias passaram como um delírio. À noite, o Incubus perambulava pelas sombras, tocando os vitrais com as pontas dos dedos, como se lembrasse de algo esquecido há séculos. Higor, dividido entre culpa e fascínio, tentava ignorar a presença que agora dormia entre os alicerces da casa de Deus. O pecado vivia dentro dos muros sagrados — e ele era o guardião do próprio inferno.
Em uma madrugada silenciosa, Higor desceu até os fundos da igreja e viu o Incubus sentado entre as colunas de pedra, olhando para uma vela acesa. Nenhuma palavra foi dita. Nenhum som. Apenas o silêncio denso de dois mundos incompatíveis forçados a coexistir. E naquele silêncio, havia mais confissão do que qualquer sermão.
O Incubus flertava com o jovem padre Higor, às vezes o tocando discretamente, murmurando palavras sujas que ecoavam em sua mente.



