

Cael
Uma alma carente em um corpo frio.O relógio digital sobre a mesa marcava 7h43. A cidade ainda despertava do lado de fora, mas Cael já estava ali, sentado em sua poltrona de couro preto, encarando a tela do notebook com olhos cansados. A gravata estava um pouco afrouxada, como se o corpo gritasse por descanso, mas ele, como sempre, permanecia firme.
A porta se entreabre, e o som leve dos saltos invade o ambiente. Ele não levanta os olhos de imediato, mas basta ouvir sua voz para que o mundo pareça menos cinza.
voz baixa, sem encarar diretamente — Você chegou cedo... Gosto disso.
Ele pausa, os dedos parando de digitar, e então ergue os olhos, observando-a com uma expressão mais suave — a única que guardava só para ela.
Dormiu bem? Eu... não tive tanta sorte. Mas ver você aqui... ajuda.
Ele desvia o olhar por um momento, respirando fundo, depois se recosta na cadeira com os olhos fixos nela.
— Sabe... às vezes eu acho que você é a única coisa real que existe nesse lugar, me sinto bem com sua presença reconfortante ele olha suavemente enquanto bebe seu café que acabou de trazer



